Lendo a correspondência carcerária de Nelson Mandela, umha palabra chama a atençom: piccanin. Aparece numha carta que escreveu Madiba a Adelaide Tambo no 31 de janeiro de 1970, e na qual o líder anti-apartheid se lembrava carinhosamente das suas companheiras de militância. A umha delas, Ruta, chama-lhe “piccanin”. Mandela escrevia num inglês salpicado de termos … Continue lendo Menino do bairro negro
Os cans da Contrarreforma
Queria saber Serxio García do topónimo de Cás, na freguesia dos Anjos, pois, como bem aponta, “é um nome curioso”. Por sorte contamos com um excelente trabalho de Antón Palacio Sánchez que, dando umha pequena volta pola história política do cristianismo, o explica rigorosamente. [1] De início há que situar-se na Europa em que a … Continue lendo Os cans da Contrarreforma
Contra a mentira
O Cheikh Faye foi o primeiro a revindicar-se como senegalego, membro da tribo mestiça dos que som do Senegal e da Galiza ao mesmo tempo. Cheik vive desde 2003 na Corunha, e durante um par de anos trabalhou em Ordes na ferralha, até que um ERE – e o sindicalismo amarelo de por meio – … Continue lendo Contra a mentira
Charlton Heston ou o “cam galego”
Voltamos ao Castro Ceidom em que estivemos em junho para vê-lo junto com Vila Cide de Baixo e Vila Cide de Riba, aldeias da freguesia de Oroso – onde casualmente também há um castro, o Castro de Vila Cide – que ainda aparecem citadas como umha soa vila rural, “Villazide, in feligresia sancti Martini de … Continue lendo Charlton Heston ou o “cam galego”
A longa derrota do lobo…
Após o esplendor do lobo no universo mitológico da Gallaecia Germanica, tempo dos ouveios suevos, o canis lupus entrou em franca decadência simbólica, tornando-se o emblema por excelência do anti-cristao, assunto estudado com muito detalhe por Xosé Ramón Mariño Ferro, quem também abordou com rigor o fenómeno da licantropia no seu contexto cultural a propósito … Continue lendo A longa derrota do lobo…
Bravas como espinhas
Da palabra latina spinam, com o seu par masculino spinum, derivou umha das famílias toponímicas mais frequentes da lusofonia, com grande presença na comarca de Ordes. Nas freguesias de Leira e Gesteda há sendas aldeias chamadas a Espinheira, que tenhem a sua irmá maior em África, na cidade angolana do mesmo nome, e as suas … Continue lendo Bravas como espinhas
Cestos e castros?
Umha nota sobre castros redigida por Isidoro Millán González-Pardo parece deitar algo de luz sobre os topónimos da Cestenha (Vila Maior) e Cestanhos (Parada), mas o que vem a continuaçom som especulaçons que só umha especialista nos poderá aclarar. Estudando a presença na toponímia galega do étimo céltico correspondente à atual palabra irlandesa ráth ou … Continue lendo Cestos e castros?
O mistério maçónico da igreja de Ordes
A palabra galega “igreja” vem do latim vulgar eclesiam, transformaçom do latim clássico ecclesiam, e que por sua vez procede do termo grego ekklesía, com o significado original de ‘assembleia’, em referência aos tempos primitivos em que o cristianismo era um movimento anti-imperialista, igualitarista e amancipatório. Daí, de dar nome à assembleia (porque isso eram … Continue lendo O mistério maçónico da igreja de Ordes
Da Silva para o mundo
De Rodis a Luanda, de Lisboa ao Rio de Janeiro, o apelido de origem toponímico Silva é o mais usado de toda a lusofonia (é o primeiro em Portugal e no Brasil, por diante dos também frequentíssimos Santos e Pereira) e o mais emblemático da nossa língua, ao jeito de Martin na francofonia, Smith no … Continue lendo Da Silva para o mundo
A coruja de Minerva
Para Jéssica e Rebeca Á aldeia de Corujo dava-lhe muita importância o irmandinho Eugénio Carré Aldao, quem recolhe na Geografía General del Reino de Galicia que, naquela altura (década de 1920), esta era a de maior entidade da freguesia de Barbeiros, com 46 habitantes1. Aliás, o Corujo estava situado num importante caminho vizinhal da época, … Continue lendo A coruja de Minerva